segunda-feira, 5 de agosto de 2013

EDUCAR COM FORTALEZA E “DOCILIDADE DE ALMA”



Oração Inicial – pg 8
Canto
PALAVRA DE DEUS – Lc 2, 41-52
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram emocionados. Sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que você fez isso conosco? Olhe que seu pai e eu estávamos angustiados, à sua procura.”  Jesus  respondeu: “Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?” Mas eles não compreenderam o que o menino acabava de lhes dizer. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles. E sua mãe conservava no coração todas essas coisas. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens.
COMENTÁRIO BÍBLICO
     Jesus, ajudado e acompanhado por seus pais, assume suas obrigações segundo a lei: vai em romaria até o templo e se empolga tanto com as coisas do Pai a ponto de permanecer em Jerusalém, no meio dos doutores, para aprender mais as coisas de Deus, lembradas nas Escrituras. Quando procurado pelos pais preocupados, com muita sabedoria, Ele faz com que estes entendam que sua missão é outra. Sua relação e compromisso com o Pai estão em primeiro plano. Mas volta com Maria e José, e sob a autoridade e os cuidados deles, “crescia em estatura, sabedoria e graça”. Isso significa que a família lhe oferecia condições para a maturidade integral de sua vida; crescer em estatura: desenvolver-se fisicamente com saúde; crescer em sabedoria, a partir do contato com as Sagradas Escrituras em casa com seus pais e com os mestres no Templo, conforme nos revela o texto bíblico escolhido; crescer em graça: é a postura daquele que se coloca diante de Deus e lhe é fiel, e esta fidelidade é reconhecida pelas pessoas com as quais Jesus convive.
REFLEXÃO
Dirigente (Filha) – O espaço primário e insubstituível onde ocorre a relação educativa é a família. Ela é a primeira possibilidade concreta para cada homem e cada mulher, que vêm a este mundo para serem introduzidos na realidade da vida cotidiana (cf. Carta às Famílias, 10). Neste sentido, a tarefa específica da paternidade e da maternidade não pode ser reduzida ao mero gerar um novo indivíduo da espécie humana.
TodosBendito seja nosso Pai pelo dom da paternidade e maternidade.
Leitor 1 – Paternidade e maternidade implicam, de fato, estabelecer limites aos filhos dentro de uma dimensão educativa irrenunciável e que não pode ser delegada (cf. Falimiaris Consortis, 36-40). O Código de Direito Canônico 1136 afirma: “Os pais têm o importante dever e o direito primário de cuidar, segundo as próprias forças, da educação da prole, quer física, social e cultural, quer moral e religiosa.”
TodosSenhor, livrai os pais da indiferença e do medo, para que possam ser Evangelhos vivos para os filhos e netos.
Leitor 2 – Uma das fases mais bonitas do ser humano é a adolescência, um momento especial de descobertas. Os adolescentes normalmente costumam se sentir inadequados e inseguros; modifica-se o corpo, os relacionamentos, os desafios e as expectativas.
     As mudanças em suas vidas às vezes chegam mais rápido que a capacidade de adaptar-se a elas. É um tempo em que os grupos e amigos falam “mais alto” que os pais, gerando conflitos e necessidades de “briga” com os pais, para se auto afirmarem e terem mais confiança em si mesmos.
     Contudo, os adolescentes confiam em seus pais mais que em outras pessoas, no seu desenvolvimento físico, mental e social; os adolescentes comumente têm mais em comum com seus pais do que se dão conta.
     Cabe aos pais ajuda-los com fortaleza e docilidade a se sentirem seguros e confiantes, criar espaços para o diálogo, ter a prática do elogio e do incentivo, e acima de tudo muita paciência com determinação.
TodosJesus, nosso primeiro e verdadeiro Mestre, educar é tarefa exigente, difícil, árdua para as nossas capacidades; mas com a Vossa ajuda, torna-se uma missão maravilhosa.
Leitor 3 – Todos nós que vivemos em sociedade precisamos de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e na hora certa.
     Os filhos que se encontram em fase de desenvolvimento humano infantil/juvenil necessitam muita mais. Necessitam receber regras para a vida, indicações oferecidas com autoridade, que funcionam como as margens de um rio.
     A experiência humana flui com certa liberdade dentro do leito do rio, sem ultrapassar as margens. Mas o importante não são as margens e sim a experiência de vida, cheia de significado, de beleza, fonte de satisfação e de esperança. Um “não” pode significar muitos “sim”.
TodosEspírito de amor, os pais se doam aos filhos, mas para que isso aconteça, precisam, por sua vez, receber, para não se esvaziarem e se esgotarem. Sede, para eles, fonte de vida.
Leitor 1 – Comunica-se um testemunho de que a vida vale a pena, de que somos amados, acolhidos incondicionalmente, perdoados, corrigidos, guiados.
     Um testemunho educacional de vida que não começa de um zero, como hoje é propagado, anulando a tradição aprendida. Muitas gerações nos precederam e já responderam a problemas semelhantes aos nossos. A tradição na qual nascemos é a hipótese mais razoável para ter um ponto de partida e um ponto de referência.
TodosTrindade Santa, os pais são canais, através dos quais deve passar a seiva vital do amor: que transmitam com fortaleza aos filhos os valores humanos e cristãos.
 Dirigente (Filha) – Diferentemente do autoritarismo, imposição, castigo ou punição, os limites afetuosos, dialogais e com segurança de propósitos, os quais não são expressão de um tirano, mas como de uma paternidade infinita, feita de compaixão e de misericórdia, capacitam os filhos para:
. a tolerância;
. a descentralização do ego;
. a prática da esperança;
. o respeito ao outro;
. a boa educação ...
     Virtudes estas que conduzem os filhos para um destino bom.
     Outro recurso para a educação dos filhos é a memória da “tradição”, que nos é entregue pelas gerações que nos precederam e são verdadeiros instrumentos para enfrentarmos com sabedoria os desafios da realidade.
TodosMaria Santíssima, o verdadeiro educador não prende as pessoas a si mesmo, nem utiliza de autoritarismo, ensinai os pais a educarem seus filhos na liberdade de filhos de Deus.
Leitor 1 – Estabelecer fronteiras educando os filhos para a liberdade nem sempre é tarefa fácil para os pais, pois estes têm de enfrentar e tolerar discussões, brigas, choramingos, resmungos, esperneios e a sensação de que estão errados, e ainda, que são ruins e injustos, ou mesmo terem a impressão de que vão perder o afeto dos filhos.
     Educar com afetividade significa mostrar toda a força de adesão à atração vencedora, que a graça de Deus, isto é, a companhia de Cristo torna possível, para percorrer um caminho de felicidade.
TodosSão José, ensinai os pais a educarem seus filhos com doçura e firmeza, calar e falar no momento certo, chamar a atenção e corrigir de modo justo.
Leitor 2 – Por mais que os filhos questionem o modo com que os pais os tratam, o que se observa é que os filhos acabam identificando, aprendendo sobre a vida, se relacionando e se desenvolvendo e, muitas vezes, repetindo as atitudes de seus pais quando vão constituir suas próprias famílias.
TodosSantos de Deus, intercedei pela nossa família, para que o compromisso e a fé que proclamamos não deixem de ressoar em nossos corações e em nossas vozes.
Leitor 3 – Educar o(a) filho(a) pensando que pode preencher a vida dele(a) com o inglês, o judô, a dança, o computador, o vídeo game e, na adolescência, o sexo seguro e consumismo, é reduzir a satisfação dos desejos. Cria-se uma cultura de que tudo pode ser calculado e conquistado, basta querer.
     Por isso, o limite parece distante, pequeno e facilmente superável, e nunca entendido como próprio do ser humano. E quando os filhos precisam enfrentar situações humanamentes limitadas, entram em desespero e depressão.
     O limite é um recurso para ajudar os filhos a assumir a fragilidade e limites próprios da vida humana e, através deles, fortificarem-se como necessitados de um Outro. E, ainda, a seguirem como discípulo Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida, razão da nossa vida e certeza de felicidade.
TodosMenino Jesus, que os filhos escutem, obedeçam e não desprezem os ensinamentos de seus pais.
Dirigente (Filha) – A verdadeira educação cristã dos filhos não se limita a incluir Deus entre as coisas importantes da vida dos filhos, mas situar Deus no centro dessa vida, de forma que todas as outras atividades e realidades (a inteligência, o sentimento, a liberdade, o trabalho, o descanso, a dor, a doença, as alegrias, os bens materiais, a cultura, em uma palavra: tudo) estejam modeladas e regidas pelo amor a Deus.
FALA DO MAGISTÉRIO (dois adolescentes)
     Educar é algo exigente, às vezes árduo para as nossas capacidades humanas, sempre limitadas. Mas educar torna-se uma missão maravilhosa, se for levada a cabo em colaboração com Deus, que é o primeiro e autêntico educador de cada pessoa humana.
     João Batista foi um grande educador de seus discípulos, porque os conduziu ao encontro com Jesus, de Quem tinha dado testemunho. Não se exaltou a si mesmo, não quis manter os discípulos ligados a si. E, no entanto, João era um grande profeta, e a sua fama era enorme.
     Quando Jesus chegou, ele retirou-se e indicou-O: “Depois de mim virá outro, mais poderoso do que eu ... Eu batizei-vos com água; Ele, porém, batizar-vos-á no Espírito Santo” (Mc 1, 7-8).
     O verdadeiro educador não vincula as pessoas a si mesmo, não é possessivo. Quer que o filho, ou o discípulo, aprenda a conhecer a verdade, e estabeleça com ela uma relação pessoal. O educador cumpre o seu dever até o fim, e não faz falta a sua presença atenta e fiel; mas a sua finalidade é que o educando ouça a voz da verdade falar ao seu coração, e que a siga num caminho pessoal.
MOMENTO DE PARTILHA
1. Cite alguns exemplos de educação com fortaleza e docilidade de alma.
2. Qual o segredo de Nazaré na educação de Jesus?
FATO DE VIDA (Religiosa ou seminarista)
Jerônimo de Castro  (1851-1909) e Zélia P. A. Magalhães (1857-1919)
     O casal Zélia e Jerônimo, casaram-se em 27 de julho de 1876. Com fama de santidade, o casal brasileiro faz parte da lista de casais Servos de Deus, título que a Igreja concede às pessoas cujo processo de canonização foi iniciado.
     A experiência da vida matrimonial e familiar dos Servos de Deus Zélia e Jerônimo, casal brasileiro do século 19, mostra que é possível ser santo na vida cotidiana na família, correspondendo à vocação a qual foi chamado.
     Ele engenheiro civil e ela uma jovem letrada, com primorosa formação artística, literária e científica. O desejo de Jerônimo e Zélia sempre foi o de agradar a Deus desde o período em que se conheceram, quando no tempo de namoro procuravam ter um relacionamento sadio e santo em preparação ao matrimônio.
     Desse casamento nasceram 13 filhos: 3 homens e 6 mulheres e 4 falecidos em tenra idade.
     Na fazenda onde eles moravam havia uma capela, onde inúmeras vezes ao dia o casal era visto rezando, assim como também seus escravos, iniciavam o trabalho do dia sempre com oração conduzida por Jerônimo e Zélia no pátio da fazenda, pois o casal se preocupava muito com a vida espiritual deles. Por isso, incentivavam e promoviam a participação dos escravos nas missas, na catequese e nas confissões. Eles mesmos catequizavam os adultos e as crianças. Os dois nunca trataram seus escravos como sendo suas propriedades. Na fazenda, os escravos viviam em liberdade e recebiam, inclusive, salário. O casal também construiu uma enfermaria para tratar dos escravos doentes. Quando foi assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, os escravos permaneceram residindo na Fazenda Santa Fé, pois junto com Jerônimo e Zélia sempre viveram e foram tratados como pessoas livres.
    Em 1909, Jerônimo morreu em estado de santidade. Zélia vende todos os seus bens e os doa aos mais necessitados e à Igreja, cumprindo o que está no Evangelho, e torna-se religiosa. No dia 8 de setembro de 1919, ela morreu com fama de santidade.
 BÊNÇÃO DA FAMÍLIA
     Nós Vos bendizemos, Senhor Deus de bondade, pois quisestes que o Vosso Filho feito homem participasse da família humana e crescesse em estreita intimidade familiar, ´para conhecer as aflições e provar as alegrias de uma família. Senhor Deus da Vida, nós Vos rogamos humildemente pela nossa família; protegei-a e guardai-a para que, confortada com o dom de Vossa graça, gozem prosperidade, paz e harmonia, e dê no mundo testemunho de Vossa glória, comportando-se como verdadeira Igreja Doméstica. Por Cristo, Nosso Senhor ressuscitado. Amém.
ANEXO
Comentário – “Talvez o maior desafio dos pais esteja relacionado à dificuldade que têm de ser autoridade para os filhos. Entre o arcaico e o moderno, os pais se perdem na função de autoridade, daqueles que precisam colocar limites para os filhos. Confunde-se autoridade com autoritarismo. E para não serem autoritários, deixam de ser autoridade. É como se os pais estivessem perdidos por medo de serem ultrapassados e autoritários. Então, eles deixam de ser autoridade. Mas crianças e adolescentes precisam de autoridade para se desenvolver, para crescer e para se constituírem”

Divina fonte   (Jorge Trevisol)
Luz que vem de Deus/ Divina fonte de amor/ Cuidou de mim e me amou/ e de calor de envolveu!/ Levo seu sinal/ no mais profundo de mim/ é bom viver sendo assim/ Abençoado por Deus.
Já de manhã cedo ele está/ na minha mente e me faz/ Pensar na vida e no céu/ Mora no meu peito e me diz/ que se eu quiser ser feliz/ É só viver sem ter véus.
Levo bem guardado aqui/ O que com ele eu vivi/ Lá no começo de mim/ Sei que é tão imenso esse dom/ Que as vezes meu coração/ Até duvida de si.

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