Oração Inicial –
pg 8
Canto –
PALAVRA DE DEUS –
Lc 15, 10-16. 17-20.22
Eu lhes declaro: “os anjos
de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte.” Jesus
continuou: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’.
E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou
o que era seu, e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida
desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa
região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem
do lugar, que o mandou para a roça cuidar dos porcos... Então, caindo em si,
disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo
de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: ‘Pai, pequei
contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como
um dos teus empregados’. Então se levantou, e foi ao encontro do pai. Quando
ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou,
e o cobriu de beijos... Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, Tragam a melhor
túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos
pés. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. Porque este meu
filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E
começaram a festa.
COMENTÁRIO
BÍBLICO
Essa parábola, comumente chamada “do filho
pródigo”, seria melhor ser chamada “do pai amoroso”. Fala do Pai que perdoa:
“Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 18, 23.32). A parábola revela o
aspecto emotivo da paternidade de Deus. Deus, como um pai por seu filho,
enternece-se e perdoa. A paternidade humana é o reflexo de Deus; através dela
experimentamos a paternidade divina. Podemos perceber aí dois movimentos: a
partida do filho, a dissipação dos bens, as privações, a saudade de casa
paterna e o retorno, o abraço do pai sem cobranças, o traje, o anel, a festa.
Dar a herança em vida seria dar poder a
outros e submeter-se estar à mercê deles (Eclo
33, 20-24). O pai não hesita em atender ao pedido do filho que quer buscar
a liberdade. Encontrará, no entanto, a libertinagem, a miséria, a fome, a
solidão. Essa situação o faz refletir e sentir saudade da casa paterna. Tomando
a decisão de voltar, pois reconhece o erro, põe-se a caminho. E o pai que não
levou o assunto pela via legal, mas pelo afeto paternal, identifica-o de longe
e sai correndo ao seu encontro, e num abraço sela a reconciliação antes mesmo
que o filho confesse sua culpa e lhe peça perdão. É recebido como filho cujos
sinais externos são o traje e o anel. É um reviver que nasce do arrependimento
e do perdão. Isso merece festa!
REFLEXÃO
Dirigente
(Filho)
– O ser humano é imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele.
Nem o ateísmo, nem o agnosticismo, nem a indiferença religiosa são situações
naturais da pessoa humana e tampouco podem ser situações definitivas para uma
sociedade. Todos nós estamos ligados essencialmente a Deus, como uma casa o
está em relação ao engenheiro ou o arquiteto que a construiu.
Todos
– A família é chamada a ser casa de oração.
Leitor 1
– As dolorosas consequências dos nossos pecados podem obscurecer nosso
horizonte, mas, cedo ou tarde, sentimos a falta da casa e do amor do Pai do
Céu. Acontece conosco o que aconteceu com o filho pródigo da parábola: não
deixou de ser filho quando foi embora da casa do seu pai e, por isso, apesar de
todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo irresistível de voltar.
Todos
– A família é para os fiéis cristãos uma
experiência de caminho, uma aventura cheia de surpresas de um Deus Misericordioso,
que vem sempre de modo novo ao nosso encontro.
Leitor 2
– Consciente desta realidade, a família cristã apresenta, ensina, fala,
expressa a presença de Deus no horizonte da vida dos seus filhos, que desde os
primeiros momentos da sua existência consciente, respiram e assimilam essa
presença misteriosa de amor.
A família é o lugar onde o filho é sempre
filho: quando bem ‘comportado’ ou quando se desvia daquilo que é o sonho dos
pais para eles. Essa certeza deve ser o que o trará de volta, caso tenha se
afastado da família, isto os ajuda a descobrir e experimentar o amor acolhedor
de Deus, e como consequência os leva com entusiasmo aos sacramentos de
iniciação cristã.
Todos
– Que toda família do mundo possa
repetir e viver com verdade, o que afirma o salmista: “Vejam como é bom, como é
agradável os irmãos viverem unidos” (Sl
133,1)
Leitor 3
– A família é a primeira experiência de Igreja de uma pessoa, pois nela a
pessoa recebe uma primeira e elementar iniciação à fé, recebe os sacramentos
mais importantes e tem a primeira experiência da caridade.
Todos
– A família é “base da sociedade e o
lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão
durante toda a vida”
Dirigente (Filho)
– De fato, ao nascerem seus filhos, os pais os levam para serem batizados e se
comprometem a educa-los e inicia-los na Vida Cristã, para que possam receber os
demais sacramentos que confirmam e sustentam a fé: Confirmação e Eucaristia.
Quando já têm a capacidade de entender
algo, ensinam-lhes as primeiras orações, abençoam os alimentos com eles, usam
sinais religiosos e os iniciam nos primeiros passos do amor à Mãe de Jesus.
Todos
– O futuro rosto do Cristianismo na família
dependerá do modo como os pais testemunharem como batizados a fé cristã aos
filhos.
Leitor 1
– Quando já são capazes de compreender algo, leem com eles a Palavra de Deus e
a explicam de uma maneira singela e acessível.
No momento de assumirem as responsabilidades
de sua vocação pessoal: matrimonial,
presbiteral, religiosa, ou celibatária no meio do mundo, estão com eles. Desde
o momento do seu nascimento, mostram-lhes um imenso carinho e uma constante
dedicação, sobretudo quando estão doentes ou têm alguma má formação ou
necessidades especiais e/ou sofrimento mental.
Todos
– Nenhum pai ou mãe espera seus filhos
crescerem para conceder a eles bens preciosos da família; mesmo que não
entendam. Assim, a Mãe Igreja concede aos seus filhos a graça do batismo desde
os seus primeiros anos de vida.
Leitor 2
– A educação na centralidade do amor a Deus não para nos sacramentos da
iniciação cristã, mas continua a ser aplicada no dia a dia dos filhos: rezando
em família nas refeições, estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons
recebidos, recorrendo a Ele nos momentos de dor em qualquer uma das suas
formas, participando na missa dominical, acompanhando-os para receber o
sacramento da reconciliação.
Todos
– A eficácia da iniciação cristã
dependerá e muito de que o cristão seja ajudado, pela ação educativa dos pais e
das comunidades, para desenvolver e assumir em sua vida razões da própria
esperança de maneira adequada ao seu tempo.
Leitor 3
– Uma experiência particularmente intensa da Igreja em família acontece quando
pais e filhos participam na Missa dominical, que ao reunirem-se com outras
famílias e outros irmãos na fé, escutam a Palavra de Deus, rezam pelo bem estar
de todos os necessitados e se alimentam de Cristo, imolado por nós. A fé cresce
e se desenvolve com essas experiências tão bonitas que dão sentido à vida
ordinária, e infundem paz no coração.
Todos
– Temos necessidade de um principio que
nos dê esperança, que nos permita olhar para o futuro com os olhos da fé, sem
lágrimas de desespero. Este principio é Jesus Cristo.
Dirigente (Filho)
–
Educar para o amor a Deus consequentemente nos impulsiona no amor aos irmãos. A
pergunta do doutor da Lei só incluía: “Qual é o primeiro mandamento?” Mas
Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: o segundo, semelhante a este é: “Amarás o
próximo como a ti mesmo” (Mt 22,39).
O amor ao próximo, portanto, é “o mandamento” e “o distintivo” dos seus
discípulos. “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a
quem não vemos?” (Jo 4,20).
FALA DO MAGISTÉRIO
(Casal de noivos)
A função social da família não pode
certamente fechar-se na obra procriativa e educativa, ainda que nesta encontre
a primeira e insubstituível forma de expressão. As famílias, seja em si mesmas
ou associadas, podem e devem dedicar-se a várias obras de serviço social,
especialmente em prol dos pobres, e de todas aquelas pessoas em situações que a
organização previdencial e assistencial das autoridades públicas não conseguem
atingir.
O contributo social da família tem uma
originalidade própria, que pode ser melhor conhecida e mais decisivamente
aproveitada para o bem comum, principalmente por favorecer um ambiente cidadão,
para que à medida que os filhos crescem assumam seu papel social. Em particular
é fundamental a importância que na nossa sociedade assume a hospitalidade, em
todas as suas formas desde o abrir as portas da própria casa e ainda mais do
próprio coração aos pedidos dos irmãos, ao empenho concreto de assegurar a cada
família a sua casa, como ambiente natural que a conserva e a faz crescer.
Sobretudo, a família cristã é chamada a
escutar a recomendação do apóstolo: “Exercei a hospitalidade com solicitude” e
partir para a ação, imitando o exemplo e compartilhando a caridade de Cristo, o
acolhimento do irmão necessitado: “Quem der de beber a um destes pequeninos,
ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em
verdade vos digo não perderá a sua recompensa”. O dever social das famílias é
chamado ainda a exprimir-se sob a forma de intervenção politica: as famílias devem com prioridade diligenciar
para que as leis e as instituições do Estado não só não ofendam, mas sustentem
e defendam positivamente os seus direitos e deveres. Nesse sentido, as famílias
devem crescer na consciência de serem «politica familiar» e assumir a
responsabilidade de transformar a sociedade de outra forma as famílias serão as
primeiras vitimas daqueles males sociais, caso se limitem a observá-los com
indiferença. (Familiaris Consortio, 44).
MOMENTO DE
PARTILHA
1.
Qual é a maior dificuldade material que passam as famílias em nossa cidade?
2.
O que podemos fazer em nossa comunidade para ajudar os mais pobres?
3.
Os conselhos municipais de assistência poderiam colaborar na promoção das
pessoas mais empobrecidas?
4.
Como reagimos quando em nossas famílias ou na comunidade alguém abandona a
família, ou quando uma adolescente engravida ou um jovem entra no caminho das
drogas?
5. Estamos
dispostos em implantar Associação de Família, em nossa Paróquia?
FATO DE VIDA (Um
casal da Pastoral Familiar)
Franz (1907-1943)
e Franziska Schwaninger Jägerstätter (1913)
Franz
Jägerstätter nasceu em 20 de maio de 1907, na Áustria. Sua mãe era uma
empregada doméstica e o seu pai um agricultor, que morre na primeira grande
guerra, ambos tão pobres que não tinham condições financeiras de se casar. A
avó da criança, Elisabeth Huber, uma mulher amorosa e piedosa ajudou na criação
de Franz. Havia uma grande quantidade de fome e miséria na região durante a
Primeira Guerra Mundial. Na escola, Franz sofreu discriminação por causa de sua
pobreza. Em 1917, sua mãe se casou com o agricultor Heinrich Jägerstätter, que
adotou Franz como seu filho. Inspirado por seu avô, que fora também adotado,
Franz, desde adolescente, mostrou grande interesse por leitura de livros,
incluindo literatura religiosa.
Com 17 anos, numa aventura amorosa
engravida Theresa Auer, uma doméstica de uma fazenda vizinha. Sem poder
casar-se com ela por oposição dos pais dela. Contudo, ele a assume
economicamente, bem como a sua filha, procurando não faltar a esta atenção e
cuidado, nos limites que lhe eram impostos.
Em 1935, ele conheceu Franziska Schwaninger,
filha de um fazendeiro da aldeia vizinha de Hochburg, e casou-se com ela numa
Quinta-feira Santa de 1936. Tiveram três filhas.
De acordo com os vizinhos, ele se tornou
um homem diferente; Franz e Franziska rezavam juntos e a Bíblia se tornou o
livro de referência para a vida cotidiana deles. Em 1938, a Áustria é invadida
pelos nazistas e os Jägerstätter se recusaram a cooperar ou apoiar qualquer
iniciativa dos alemães, porque compreendiam que o cristianismo e o nazismo eram
completamente irreconciliáveis.
Em 1940, Franz foi recrutado e obrigado a
cumprir o serviço militar, mas resistiu por diversas vezes, pois percebia pela
sua fé cristã que não poderia servir aos nazistas numa guerra injusta e feroz.
Então foi levado para a prisão preventiva militar no antigo convento das
Ursulinas em Linz. Dois meses de prisão, em Linz, com toda a tortura e
intimidação, provocaram nele uma grande crise. O jovem agricultor estava em
perigo de perder a sua fé. No entanto, as visitas, cartas e orações de
Franziska e a experiência de felicidade com ela permaneceram com ele como sinal
permanente da presença de Deus. No dia 09 de agosto de 1943, morre decapitado.
Na celebração de sua beatificação, no dia 26 de outubro de 2007, estava
Franziska, viúva de 94 anos.
ORAÇÃO PARA
UMA FAMÍLIA BEM-AVENTURADA
Sagrada Família, abençoai os pais para que
ajudem os filhos a descobrir sensivelmente o próximo, especialmente o
necessitado, e a realizar através da promoção e por vezes a assistência aos
mais sofridos, constantes serviços:
. compartilhar com os
seus irmãos os brinquedos e presentes;
. ajudar os que são
mais novos;
. visitar os familiares
necessitados;
. acompanhar os avós e
prestar-lhes pequenos serviços;
. aceitar as pessoas
fazendo-os “deixar de lado” e perdoar as pequenas limitações e ofensas de cada
dia.
Que essas atitudes, repetidas uma e mais
vezes, ajudem os filhos à configurar a sua forma de viver e possibilitem em que
criem hábitos bons; para enfrentar a vida com a predisposição adquirida do amor
aos outros, sendo capazes de criar uma sociedade nova.
Todos
– Amém.
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