terça-feira, 6 de agosto de 2013

INICIAÇÃO CRISTÃ - EDUCAÇÃO PARA A FELICIDADE

Oração Inicial – pg 8
Canto
PALAVRA DE DEUS – Lc 15, 10-16. 17-20.22
Eu lhes declaro: “os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte.” Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao  pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para a roça cuidar dos porcos... Então, caindo em si, disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Então se levantou, e foi ao encontro do pai. Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos... Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, Tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E começaram a festa.
COMENTÁRIO BÍBLICO
     Essa parábola, comumente chamada “do filho pródigo”, seria melhor ser chamada “do pai amoroso”. Fala do Pai que perdoa: “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 18, 23.32). A parábola revela o aspecto emotivo da paternidade de Deus. Deus, como um pai por seu filho, enternece-se e perdoa. A paternidade humana é o reflexo de Deus; através dela experimentamos a paternidade divina. Podemos perceber aí dois movimentos: a partida do filho, a dissipação dos bens, as privações, a saudade de casa paterna e o retorno, o abraço do pai sem cobranças, o traje, o anel, a festa.
     Dar a herança em vida seria dar poder a outros e submeter-se estar à mercê deles (Eclo 33, 20-24). O pai não hesita em atender ao pedido do filho que quer buscar a liberdade. Encontrará, no entanto, a libertinagem, a miséria, a fome, a solidão. Essa situação o faz refletir e sentir saudade da casa paterna. Tomando a decisão de voltar, pois reconhece o erro, põe-se a caminho. E o pai que não levou o assunto pela via legal, mas pelo afeto paternal, identifica-o de longe e sai correndo ao seu encontro, e num abraço sela a reconciliação antes mesmo que o filho confesse sua culpa e lhe peça perdão. É recebido como filho cujos sinais externos são o traje e o anel. É um reviver que nasce do arrependimento e do perdão. Isso merece festa!
REFLEXÃO
Dirigente (Filho) – O ser humano é imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele. Nem o ateísmo, nem o agnosticismo, nem a indiferença religiosa são situações naturais da pessoa humana e tampouco podem ser situações definitivas para uma sociedade. Todos nós estamos ligados essencialmente a Deus, como uma casa o está em relação ao engenheiro ou o arquiteto que a construiu.
TodosA família é chamada  a ser casa de oração.
Leitor 1 – As dolorosas consequências dos nossos pecados podem obscurecer nosso horizonte, mas, cedo ou tarde, sentimos a falta da casa e do amor do Pai do Céu. Acontece conosco o que aconteceu com o filho pródigo da parábola: não deixou de ser filho quando foi embora da casa do seu pai e, por isso, apesar de todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo irresistível de voltar.
TodosA família é para os fiéis cristãos uma experiência de caminho, uma aventura cheia de surpresas de um Deus Misericordioso, que vem sempre de modo novo ao nosso encontro.
Leitor 2 – Consciente desta realidade, a família cristã apresenta, ensina, fala, expressa a presença de Deus no horizonte da vida dos seus filhos, que desde os primeiros momentos da sua existência consciente, respiram e assimilam essa presença misteriosa de amor.
     A família é o lugar onde o filho é sempre filho: quando bem ‘comportado’ ou quando se desvia daquilo que é o sonho dos pais para eles. Essa certeza deve ser o que o trará de volta, caso tenha se afastado da família, isto os ajuda a descobrir e experimentar o amor acolhedor de Deus, e como consequência os leva com entusiasmo aos sacramentos de iniciação cristã.
TodosQue toda família do mundo possa repetir e viver com verdade, o que afirma o salmista: “Vejam como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos” (Sl 133,1)
Leitor 3 – A família é a primeira experiência de Igreja de uma pessoa, pois nela a pessoa recebe uma primeira e elementar iniciação à fé, recebe os sacramentos mais importantes e tem a primeira experiência da caridade.
TodosA família é “base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”
Dirigente (Filho) – De fato, ao nascerem seus filhos, os pais os levam para serem batizados e se comprometem a educa-los e inicia-los na Vida Cristã, para que possam receber os demais sacramentos que confirmam e sustentam a fé: Confirmação e Eucaristia.
     Quando já têm a capacidade de entender algo, ensinam-lhes as primeiras orações, abençoam os alimentos com eles, usam sinais religiosos e os iniciam nos primeiros passos do amor à Mãe de Jesus.
TodosO futuro rosto do Cristianismo na família dependerá do modo como os pais testemunharem como batizados a fé cristã aos filhos.
Leitor 1 – Quando já são capazes de compreender algo, leem com eles a Palavra de Deus e a explicam de uma maneira singela e acessível.
     No momento de assumirem as responsabilidades de sua vocação pessoal:  matrimonial, presbiteral, religiosa, ou celibatária no meio do mundo, estão com eles. Desde o momento do seu nascimento, mostram-lhes um imenso carinho e uma constante dedicação, sobretudo quando estão doentes ou têm alguma má formação ou necessidades especiais e/ou sofrimento mental.
TodosNenhum pai ou mãe espera seus filhos crescerem para conceder a eles bens preciosos da família; mesmo que não entendam. Assim, a Mãe Igreja concede aos seus filhos a graça do batismo desde os seus primeiros anos de vida.
Leitor 2 – A educação na centralidade do amor a Deus não para nos sacramentos da iniciação cristã, mas continua a ser aplicada no dia a dia dos filhos: rezando em família nas refeições, estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons recebidos, recorrendo a Ele nos momentos de dor em qualquer uma das suas formas, participando na missa dominical, acompanhando-os para receber o sacramento da reconciliação.
TodosA eficácia da iniciação cristã dependerá e muito de que o cristão seja ajudado, pela ação educativa dos pais e das comunidades, para desenvolver e assumir em sua vida razões da própria esperança de maneira adequada ao seu tempo.
Leitor 3 – Uma experiência particularmente intensa da Igreja em família acontece quando pais e filhos participam na Missa dominical, que ao reunirem-se com outras famílias e outros irmãos na fé, escutam a Palavra de Deus, rezam pelo bem estar de todos os necessitados e se alimentam de Cristo, imolado por nós. A fé cresce e se desenvolve com essas experiências tão bonitas que dão sentido à vida ordinária, e infundem paz no coração.
TodosTemos necessidade de um principio que nos dê esperança, que nos permita olhar para o futuro com os olhos da fé, sem lágrimas de desespero. Este principio é Jesus Cristo.
Dirigente (Filho) – Educar para o amor a Deus consequentemente nos impulsiona no amor aos irmãos. A pergunta do doutor da Lei só incluía: “Qual é o primeiro mandamento?” Mas Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: o segundo, semelhante a este é: “Amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22,39). O amor ao próximo, portanto, é “o mandamento” e “o distintivo” dos seus discípulos. “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não vemos?” (Jo 4,20).
FALA DO MAGISTÉRIO (Casal de noivos)
     A função social da família não pode certamente fechar-se na obra procriativa e educativa, ainda que nesta encontre a primeira e insubstituível forma de expressão. As famílias, seja em si mesmas ou associadas, podem e devem dedicar-se a várias obras de serviço social, especialmente em prol dos pobres, e de todas aquelas pessoas em situações que a organização previdencial e assistencial das autoridades públicas não conseguem atingir.
     O contributo social da família tem uma originalidade própria, que pode ser melhor conhecida e mais decisivamente aproveitada para o bem comum, principalmente por favorecer um ambiente cidadão, para que à medida que os filhos crescem assumam seu papel social. Em particular é fundamental a importância que na nossa sociedade assume a hospitalidade, em todas as suas formas desde o abrir as portas da própria casa e ainda mais do próprio coração aos pedidos dos irmãos, ao empenho concreto de assegurar a cada família a sua casa, como ambiente natural que a conserva e a faz crescer.
     Sobretudo, a família cristã é chamada a escutar a recomendação do apóstolo: “Exercei a hospitalidade com solicitude” e partir para a ação, imitando o exemplo e compartilhando a caridade de Cristo, o acolhimento do irmão necessitado: “Quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo não perderá a sua recompensa”. O dever social das famílias é chamado ainda a exprimir-se sob a forma de intervenção politica:  as famílias devem com prioridade diligenciar para que as leis e as instituições do Estado não só não ofendam, mas sustentem e defendam positivamente os seus direitos e deveres. Nesse sentido, as famílias devem crescer na consciência de serem «politica familiar» e assumir a responsabilidade de transformar a sociedade de outra forma as famílias serão as primeiras vitimas daqueles males sociais, caso se limitem a observá-los com indiferença. (Familiaris Consortio, 44).
MOMENTO DE PARTILHA
1. Qual é a maior dificuldade material que passam as famílias em nossa cidade?
2. O que podemos fazer em nossa comunidade para ajudar os mais pobres?
3. Os conselhos municipais de assistência poderiam colaborar na promoção das pessoas mais empobrecidas?
4. Como reagimos quando em nossas famílias ou na comunidade alguém abandona a família, ou quando uma adolescente engravida ou um jovem entra no caminho das drogas?
 5. Estamos dispostos em implantar Associação de Família, em nossa Paróquia?
FATO DE VIDA (Um casal da Pastoral Familiar)
Franz  (1907-1943) e Franziska Schwaninger Jägerstätter (1913)
     Franz Jägerstätter nasceu em 20 de maio de 1907, na Áustria. Sua mãe era uma empregada doméstica e o seu pai um agricultor, que morre na primeira grande guerra, ambos tão pobres que não tinham condições financeiras de se casar. A avó da criança, Elisabeth Huber, uma mulher amorosa e piedosa ajudou na criação de Franz. Havia uma grande quantidade de fome e miséria na região durante a Primeira Guerra Mundial. Na escola, Franz sofreu discriminação por causa de sua pobreza. Em 1917, sua mãe se casou com o agricultor Heinrich Jägerstätter, que adotou Franz como seu filho. Inspirado por seu avô, que fora também adotado, Franz, desde adolescente, mostrou grande interesse por leitura de livros, incluindo literatura religiosa.
     Com 17 anos, numa aventura amorosa engravida Theresa Auer, uma doméstica de uma fazenda vizinha. Sem poder casar-se com ela por oposição dos pais dela. Contudo, ele a assume economicamente, bem como a sua filha, procurando não faltar a esta atenção e cuidado, nos limites que lhe eram impostos.
     Em 1935, ele conheceu Franziska Schwaninger, filha de um fazendeiro da aldeia vizinha de Hochburg, e casou-se com ela numa Quinta-feira Santa de 1936. Tiveram três filhas.
     De acordo com os vizinhos, ele se tornou um homem diferente; Franz e Franziska rezavam juntos e a Bíblia se tornou o livro de referência para a vida cotidiana deles. Em 1938, a Áustria é invadida pelos nazistas e os Jägerstätter se recusaram a cooperar ou apoiar qualquer iniciativa dos alemães, porque compreendiam que o cristianismo e o nazismo eram completamente irreconciliáveis. 
     Em 1940, Franz foi recrutado e obrigado a cumprir o serviço militar, mas resistiu por diversas vezes, pois percebia pela sua fé cristã que não poderia servir aos nazistas numa guerra injusta e feroz. Então foi levado para a prisão preventiva militar no antigo convento das Ursulinas em Linz. Dois meses de prisão, em Linz, com toda a tortura e intimidação, provocaram nele uma grande crise. O jovem agricultor estava em perigo de perder a sua fé. No entanto, as visitas, cartas e orações de Franziska e a experiência de felicidade com ela permaneceram com ele como sinal permanente da presença de Deus. No dia 09 de agosto de 1943, morre decapitado. Na celebração de sua beatificação, no dia 26 de outubro de 2007, estava Franziska, viúva de 94 anos.
ORAÇÃO PARA UMA FAMÍLIA BEM-AVENTURADA
     Sagrada Família, abençoai os pais para que ajudem os filhos a descobrir sensivelmente o próximo, especialmente o necessitado, e a realizar através da promoção e por vezes a assistência aos mais sofridos, constantes serviços:
. compartilhar com os seus irmãos os brinquedos e presentes;
. ajudar os que são mais novos;
. visitar os familiares necessitados;
. acompanhar os avós e prestar-lhes pequenos serviços;
. aceitar as pessoas fazendo-os “deixar de lado” e perdoar as pequenas limitações e ofensas de cada dia.
     Que essas atitudes, repetidas uma e mais vezes, ajudem os filhos à configurar a sua forma de viver e possibilitem em que criem hábitos bons; para enfrentar a vida com a predisposição adquirida do amor aos outros, sendo capazes de criar uma sociedade nova.
TodosAmém.

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