Caríssimos Padres
Saúdo a todos irmãos e irmãs na fé, saúdo
os padres e consagrado da Diocese de Parnaíba.
Alegres, participamos do 4º Retiro
Missionário Diocesano das Santas Missões Populares cujo projeto começou em
2009, após o grande apelo que a Conferência Latino Americana dos Bispos que
aconteceu em Aparecida fez para uma missão continental.
Assim também na nossa Diocese optamos por
esta caminhada pastoral. Tantas iniciativas aconteceram ao longo destes anos,
quanto testemunho de fé presenciamos em todos os cantos e recantos da Diocese.
Quantas comunidades e até paróquias tomaram consciência que nós só somos a
Igreja de Jesus Cristo, se formos uma Igreja Missionária.
Atualmente as comunidades primitivas
viviam da experiência do encontro com Jesus Cristo, pela fé, como razão maior
para viver. O encontro com o Senhor determinava o estilo de vida da comunidade
e atraía cada vez mais pessoas que buscavam o batismo. O discípulo gerava a
comunidade pela alegria dos irmãos por estarem unidos na mesma experiência. A
esperança do Reino de Deus anunciado por Cristo, desperta nos cristãos o
compromisso de trabalhar por um mundo melhor e esperar a plena realização dos
novos céus e da nova terra. (cf 2Pd 3,13)
As pessoas fazem a triste experiência de
serem usadas como objetos de manobras obscuras. Encontram-se cada vez mais
sinais no mundo inteiro de uma crise de valores e consequentemente aparece uma
profunda crise de um sentido de vida.
Por isso o grito que vem da rua nos fala:
“Este não é o mundo que sonhamos”.
A ordem de Deus não é para possuir e
explorar a terra, mas um chamado à responsabilidade. Não devemos compactuar com
a globalização da indiferença.
Nestes tempos de mudança de época,
precisamos de silêncio, de discernimento, e de reencontro humilde conosco e com
Deus, mas também com os outros e com o mundo. Na convivência harmoniosa com os
outros a pessoa está se realizando.
Por isso, a Missão existe para interpelar,
questionar, sacudir e acordar energias adormecidas, olhar novos horizontes.
Mas não existe missão com conversão.
Missão enche de esperança, de futuro nas mãos, de querer avançar.
Conversão tem a ver com estilo de vida,
com opões. Não há conversão sem transformação. Missão é algo permanente, porque
a vida é missão. Como realizar esta missão nas nossas comunidades e paróquias?
Que meios devemos escolher para viver a missão no relacionamento com os outros?
Pode ser uma visita, um encontro, uma
saudação, um gesto de solidariedade, um telefonema, etc.
Cada comunidade deve abraçar a iniciativa
concreta para erguer uma nova comunidade. Um dia outros vieram para formar a
nossa comunidade, hoje devemos ser nós que vamos motivar e acompanhar a
formação de uma nova comunidade.
Missão é sempre intimamente ligado a fé e
a vivência da fé na vida de cada dia. Vejam o exemplo que encontramos no
Evangelho de São Lucas. Certo momento Jesus disse a Simão: “Avance para águas
mais profundas, e lancem as redes para a pesca”. Simão um pescador muito
experiente, respondeu: “Mestre não dá, tentamos a noite inteira, e não pescamos
nada, mas em atenção a tua Palavra, vou lançar as redes. Foi um ato de fé”. (Lc
5, 4-5)
Quantas vezes nos confrontamos com o
silêncio de Deus, quando acontece, por exemplo, uma catástrofe natural como no
Haiti quando mais de 200.000 pessoas morreram e outras tantas foram feridas e a
cidade destruída num terrível terremoto.
O silêncio de Deus, sem resposta, incomoda
e causa um sofrimento profundo. O próprio Jesus Cristo na cruz passou por isso
quando falou: “Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste” (Mt 27,46). Jesus
enfrentou muitos conflitos por causa da fidelidade a missão.
Diante de um mundo cada vez mais desigual
e dividido onde se avalia tudo sobre um aspecto econômico e utilitarista, temos
a missão a partir da Palavra de Deus,
fazer um questionamento e anunciar a Boa Nova que é o caminho para uma
verdadeira vida com dignidade.
Nos momentos da vida em que se fica sem
convicções claras e corajosas, quando se fica sem rumo e desmotivado,
precisamos de missionários com uma experiência profunda de Deus, uma
experiência mítica. “Numerosas multidões se reuniam para ouvi-lo e serem
curadas de suas doenças. Mas Jesus se retirava para lugares desertos, afim de
rezar” (Lc 5, 15-16).
A missão continua, porque nós só somos
Igreja de Jesus Cristo e formo uma Igreja missionária. Por isso precisamos
avançar nesta dimensão missionária. Tudo que aconteceu até agora nesta
caminhada missionária, foi apenas uma grande preparação para que cada paróquia
se torne uma comunidade missionária. Fundar novas comunidades com a
participação das comunidades vizinhas, essa deve ser a meta.
Nesta dimensão missionária é importante
que tenhamos a consciência que cada missionário deve viver pessoalmente o que
se quer transmitir ao outros. (Mt 23,3)
Por isso, convoco todas as paróquias até o
fim deste ano que realizem o 4º Retiro Missionário paroquial que tem como
objetivo a constituição das COMIPAS (Comissão Missionária Paroquial).
As COMIPAS não devem ser mais uma pastoral
ou movimento, é muito mais uma dimensão que precisa transpassar todas as
pastorais, movimentos e serviços eclesiais nas paróquias existentes.
Peço que estabeleçam metas na ação
pastoral e não vamos repetir apenas modelos velhos. Por exemplo: O que estamos
fazendo para que os festejos sejam em primeiro lugar, momentos de uma intensa
evangelização, especialmente para as pessoas que não participam regularmente na
vida eclesial?
Como anda a nossa catequese? Será que
todas as crianças que foram batizadas na paróquia participam da catequese?
Pela boa vontade de muitas pessoas
conseguimos avançar na auto-sustentação através da Pastoral do Dízimo. Mas será
que estamos também colocando sinais concretos da dimensão social do Dízimo? Em
que consistem esses sinais? Somos uma Igreja Samaritana?
O que estamos fazendo em relação a nossa
atenção às pessoas da terceira idade? Nossos salões paroquiais durante a semana
estão abertos ou trancados? Vamos criar espaços para que as pessoas da terceira
idade possam se encontrar e formar uma Pastoral da Terceira ou Melhor Idade.
Vamos nos inspirar na regra de vida dos
missionários elaborada pelas primeiras comunidades, tirada dos ensinamentos de
Jesus. (Mt 10, 1-42) ou (Lc 10, 1-24)
Estamos celebrando o ANO DA FÉ. Cada
paróquia desenvolveu atividades concretas que ajudem no aprofundamento da fé.
Assim sendo como Bispo da Diocese de
Parnaíba, convido para uma grande ROMARIA DIOCESANA no dia 13 de setembro de
2013.
Cada paróquia procure articular pelo menos
dois ônibus com as pessoas que querem participar desta grande romaria que vamos
fazer para o SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA na Serra Grande, na cidade de
São Benedito/CE, às 12h no dia 13 de setembro. Convido todos os padres do nosso
presbitério, junto com os romeiros da nossa Diocese para este grande gesto de
fé. Vamos celebrar juntos, nossa fé neste grande santuário que é dedicado a
Nossa Senhora de Fátima.
Segue em breve um material, tanto cartazes
como folders para a orientação desta primeira romaria diocesana.
Pela intercessão de Nossa Senhora: Mãe da
Divina Graça, invoco a bênção de Deus, sobre todos os fiéis desta nossa querida
Igreja Diocesana de Parnaíba.
Parnaíba, Festa de Nossa Senhora do Carmo
de 2013
┼ Alfredo – Bispo de
Parnaíba
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