quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS



(Espiritualidade conjugal e familiar)
1-      A.T.: Teologia da criação: Na teologia da criação (11 primeiros capítulos do Gênesis) está a inspiração da família. Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”(Gn. 1,26). “Ele os criou homem e mulher”(Gn1,27). “Não é bom que o homem esteja só...da costela que tinha tirado o homem, o Senhor Deus formou uma mulher e apresentou ao homem”(Gn.2,18.22). “Crescei e multiplicai-vos”(Gn1,28). “O homem deixará o Pai e a mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne”(Gn2,24). Mensagem do livro do Gênesis sobre a família: Através destes textos bíblicos podemos concluir: 1- A família é obra e iniciativa divina. É dom de Deus! Portanto, nunca devemos desvincular a reflexão sobre a família do plano de Deus 2- Homem e Mulher têm igual dignidade, pois foram criados à imagem e semelhança de Deus. 3- A família é imagem e semelhança da Trindade-amor, modelo de toda a família humana: Comunidade de pessoas unidas no amor. É a unidade na diversidade de pessoas. 4- O símbolo da “costela”(lado) lembra: Igualdade (nem superior, nem inferior) complementaridade, reciprocidade, companheirismo, parceria e cumplicidade em tudo. 5- A família, fruto da paternidade e maternidade, é o espaço natural da transmissão da vida (multiplicai-vos) e não o laboratório! As novas bio-tecnologias de reprodução ajudam, mas não devem substituir o relacionamento conjugal.
2-      N.T: Amor conjugal e familiar cristão. Jesus é o critério do verdadeiro amor. Amar como Jesus, isto é, com gratuidade e doação total. Amar é querer e fazer o bem sem querer nada do outro! “Só os que amam sabem dizer tu”. O amor sem “tu” não é amor. É narcisismo! (síndrome da subjetividade-“Eu”). Por isso, o verdadeiro amor é que faz a beleza, a harmonia, a serenidade, a paz e a alegria da família. Amor entre os cônjuges: Jesus elevou o amor humano dos cônjuges à dignidade de sacramento, santificando-o. O sacramento do matrimônio, recebido no dia do casamento, coloca Jesus Cristo, de modo muito especial e concreto entre os esposos. Jesus é a graça santificadora do matrimônio. Os que recebem o sacramento do matrimônio são espiritualmente enxertados em Jesus Cristo, da mesma forma como se enxerta um ramo numa videira. Jesus Cristo é a videira infinitamente fecunda e transformadora da família Cristã. O casal Cristão deve buscar sempre a santidade nas realidades próprias da existência conjugal e familiar. Fundamentado num amor autenticamente humano e cristão, que se traduz em gestos de perdão(quem ama perdoa sempre!), de diálogo fecundo, de compreensão, de respeito, de educação responsável dos filhos, de fidelidade (não há felicidade sem fidelidade), de lazer ou descontração familiar sadio (não individual), de companheirismo, de parceria e de cumplicidade no dia-a-dia. O matrimônio, que é sacramento e vocação, não pode se abalar quando chegam às dores e os contratempos que a vida sempre impõe à família. São nesses momentos que o amor se manifesta e se fortalece. Pois, as dificuldades e os fracassos, são, também, meios e oportunidades de amadurecimento e fortalecimento familiar! As contrariedades e os sacrifícios generosamente partilhados unem profundamente o casal. Por isso, o espírito de sacrifício é indispensável para fazer crescer na santidade conjugal. A vocação universal à santidade é dirigida também aos cônjuges. Eis a meta final do casal Cristão: Santificar o matrimônio, santificar-se no matrimônio e santificar os outros casais pelo testemunho do matrimônio vivido com alegria e em conformidade com o plano de Deus. Amor aos filhos: Não basta amar os filhos. Mas, é necessário que eles se sintam amados na família. O amor aos filhos é a maior e melhor defesa da união conjugal. É, também, o melhor remédio preventivo contra as drogas, a criminalidade, as paixões desordenadas e o desvio de personalidade dos mesmos. A figura paterna (ou materna) negada (separações, ausência, alcoolismo, violência), gera desequilíbrio e crise de identidade nos filhos. O filho aprende a ser homem com o Pai e a mulher com a mãe ( processo de identificação). Sobre a criminalidade lembre-se: a pessoa não nasce violenta, mas ela se torna violenta! A violência é estrutural (família e sociedade). Os jovens que estão na criminalidade e vícios, não são maus! E sim, mal amados! Carentes!. Atitudes permanentes no cultivo da espiritualidade familiar: Deixar-se conduzir pelo Espírito, através da docilidade. É o E. Santo que transforma as famílias em testemunhas corajosas de Cristo e anunciadoras da sua Palavra ou seja, famílias missionárias. Cultivar, diariamente, a comunhão intima com Deus-Trindade, através do encontro com Jesus Cristo e sentir a alegria de convidar outras pessoas para viverem esta proximidade com Deus. Os cônjuges encontram em Cristo o ponto de referência para o seu amor esponsal. Saber fazer silêncio. Ter a capacidade de ouvir e auscultar a palavra de Deus diariamente. Lectio Divina: Leitura, meditação, contemplação e oração (Verbum Domini,66) Ser família de Oração: Somente rezando em conjunto com os filhos, Pai e Mãe cumprem o próprio sacerdócio real, entram na profundidade do coração dos filhos, deixando marcas que os acontecimentos futuros da vida não conseguirão apagar. A oração reforça a estabilidade e a solidez da família, fazendo com que ela participe da fortaleza de Deus. Ser uma família eucarística: Segundo expressão do Vaticano II, “o centro e a raiz” da família é a Eucaristia. O lar cristão não pode deixar de ser efetivamente “Cristocêntrico”. A Eucaristia deve ser o coração do Domingo, dia do cultivo da fé, da oração, do descanso, do lazer familiar e das visitas gratuitas aos amigos e doentes. Não podemos olhar o tempo só na ótica da produção e do dinheiro. Viver o espírito de caridade feita de “atenção, ternura, compaixão e generosidade para com o próximo”. A caridade é a essência do ser e do agir cristão. Estamos no mundo para amar e servir a Deus nas pessoas. Gestos de solidariedade enobrecem as famílias cristãs e incentivam os filhos. Ter caridade e agir na linha misericórdia com os irmãos de caminhada (Bispos, Padres, seminaristas, agentes Leigos, Pais de famílias). Sobretudo, quando cometem deslizes. Lembremos que a misericórdia e a graça de Deus são maiores que os erros humanos. Jesus chamou 12 apóstolos. Somente um (01) foi de definitivamente infiel! Outros 11 morreram mártires pela causa do evangelho e do reino de Deus! Vamos exaltar os que vivem com fidelidade, responsabilidade e generosidade sua missão na Igreja e na família, dando exemplo de heroísmo na cotidianidade da vida. Resgatar e cultivar a Religiosidade presente nas famílias: Oratório(cantinho de Jesus na casa), devoções(festas de Nossa Senhora e dos santos), Reza do Terço, bênção de casa, água benta etc.. Diálogo: É o alimento do amor e da paz familiar. O “silêncio” familiar é causa de muitos conflitos e até separações! É saber viver e conviver nas diferenças pessoais e culturais de cada um. Buscar sempre a unidade na diversidade, aprendendo com diferença do parceiro (a). Não se trata de tolerar. Mas de celebrar juntos a riqueza da diversidade! Solidariedade com os recasados (2ª. Ou 3ª. União...): Atitudes: Acolhimento, apoio e misericórdia.
3-      Textos bíblicos para aprofundamento: AT: Ex 17, 8-15, Gn 18, 20-32, Ex 32, 30-35, IReis 19, 1-16. NT: Jo. 15,1-17, Mt 11, 15 s, Mt 06,9-13, Lc 11, 2-5, Lc 18, 1s, Tg 1, 5-8, Lc 18, 9-14, Jo 17, 1 s, 2 Cr 2, 5-8, Gal 5, 13-26, Ef 4, 1-7, Fl. 2, 3-18, Cl 3, 1-17, Rm 20, 28-39 (Bento XVI) “Acreditar na família é construir o futuro”(J.Paulo II) “O futuro da humanidade passa pela família” (J.Paulo II) “Família, escola da fé e das virtudes sociais”(D.A,114) “educai as crianças para não seja necessário punir os adultos” Pe. Deusdédit Assessor eclesiástico da P. Familiar.

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