(Espiritualidade conjugal e familiar)
1-
A.T.: Teologia da criação: Na teologia
da criação (11 primeiros capítulos do Gênesis) está a inspiração da família.
Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”(Gn. 1,26). “Ele os
criou homem e mulher”(Gn1,27). “Não é bom que o homem esteja só...da costela
que tinha tirado o homem, o Senhor Deus formou uma mulher e apresentou ao
homem”(Gn.2,18.22). “Crescei e multiplicai-vos”(Gn1,28). “O homem deixará o Pai
e a mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne”(Gn2,24).
Mensagem do livro do Gênesis sobre a família: Através destes textos bíblicos
podemos concluir: 1- A família é obra e iniciativa divina. É dom de Deus!
Portanto, nunca devemos desvincular a reflexão sobre a família do plano de Deus
2- Homem e Mulher têm igual dignidade, pois foram criados à imagem e semelhança
de Deus. 3- A família é imagem e semelhança da Trindade-amor, modelo de toda a
família humana: Comunidade de pessoas unidas no amor. É a unidade na
diversidade de pessoas. 4- O símbolo da “costela”(lado) lembra: Igualdade (nem
superior, nem inferior) complementaridade, reciprocidade, companheirismo,
parceria e cumplicidade em tudo. 5- A família, fruto da paternidade e
maternidade, é o espaço natural da transmissão da vida (multiplicai-vos) e não
o laboratório! As novas bio-tecnologias de reprodução ajudam, mas não devem
substituir o relacionamento conjugal.
2-
N.T: Amor conjugal e familiar cristão.
Jesus é o critério do verdadeiro amor. Amar como Jesus, isto é, com gratuidade
e doação total. Amar é querer e fazer o bem sem querer nada do outro! “Só os
que amam sabem dizer tu”. O amor sem “tu” não é amor. É narcisismo! (síndrome
da subjetividade-“Eu”). Por isso, o verdadeiro amor é que faz a beleza, a
harmonia, a serenidade, a paz e a alegria da família. Amor entre os cônjuges:
Jesus elevou o amor humano dos cônjuges à dignidade de sacramento,
santificando-o. O sacramento do matrimônio, recebido no dia do casamento,
coloca Jesus Cristo, de modo muito especial e concreto entre os esposos. Jesus
é a graça santificadora do matrimônio. Os que recebem o sacramento do
matrimônio são espiritualmente enxertados em Jesus Cristo, da mesma forma como
se enxerta um ramo numa videira. Jesus Cristo é a videira infinitamente fecunda
e transformadora da família Cristã. O casal Cristão deve buscar sempre a santidade
nas realidades próprias da existência conjugal e familiar. Fundamentado num
amor autenticamente humano e cristão, que se traduz em gestos de perdão(quem
ama perdoa sempre!), de diálogo fecundo, de compreensão, de respeito, de
educação responsável dos filhos, de fidelidade (não há felicidade sem
fidelidade), de lazer ou descontração familiar sadio (não individual), de
companheirismo, de parceria e de cumplicidade no dia-a-dia. O matrimônio, que é
sacramento e vocação, não pode se abalar quando chegam às dores e os
contratempos que a vida sempre impõe à família. São nesses momentos que o amor
se manifesta e se fortalece. Pois, as dificuldades e os fracassos, são, também,
meios e oportunidades de amadurecimento e fortalecimento familiar! As
contrariedades e os sacrifícios generosamente partilhados unem profundamente o
casal. Por isso, o espírito de sacrifício é indispensável para fazer crescer na
santidade conjugal. A vocação universal à santidade é dirigida também aos
cônjuges. Eis a meta final do casal Cristão: Santificar o matrimônio,
santificar-se no matrimônio e santificar os outros casais pelo testemunho do
matrimônio vivido com alegria e em conformidade com o plano de Deus. Amor aos
filhos: Não basta amar os filhos. Mas, é necessário que eles se sintam amados
na família. O amor aos filhos é a maior e melhor defesa da união conjugal. É,
também, o melhor remédio preventivo contra as drogas, a criminalidade, as
paixões desordenadas e o desvio de personalidade dos mesmos. A figura paterna
(ou materna) negada (separações, ausência, alcoolismo, violência), gera
desequilíbrio e crise de identidade nos filhos. O filho aprende a ser homem com
o Pai e a mulher com a mãe ( processo de identificação). Sobre a criminalidade
lembre-se: a pessoa não nasce violenta, mas ela se torna violenta! A violência
é estrutural (família e sociedade). Os jovens que estão na criminalidade e
vícios, não são maus! E sim, mal amados! Carentes!. Atitudes permanentes no
cultivo da espiritualidade familiar: Deixar-se conduzir pelo Espírito, através
da docilidade. É o E. Santo que transforma as famílias em testemunhas corajosas
de Cristo e anunciadoras da sua Palavra ou seja, famílias missionárias.
Cultivar, diariamente, a comunhão intima com Deus-Trindade, através do encontro
com Jesus Cristo e sentir a alegria de convidar outras pessoas para viverem
esta proximidade com Deus. Os cônjuges encontram em Cristo o ponto de
referência para o seu amor esponsal. Saber fazer silêncio. Ter a capacidade de
ouvir e auscultar a palavra de Deus diariamente. Lectio Divina: Leitura,
meditação, contemplação e oração (Verbum Domini,66) Ser família de Oração:
Somente rezando em conjunto com os filhos, Pai e Mãe cumprem o próprio
sacerdócio real, entram na profundidade do coração dos filhos, deixando marcas
que os acontecimentos futuros da vida não conseguirão apagar. A oração reforça
a estabilidade e a solidez da família, fazendo com que ela participe da
fortaleza de Deus. Ser uma família eucarística: Segundo expressão do Vaticano
II, “o centro e a raiz” da família é a Eucaristia. O lar cristão não pode
deixar de ser efetivamente “Cristocêntrico”. A Eucaristia deve ser o coração do
Domingo, dia do cultivo da fé, da oração, do descanso, do lazer familiar e das
visitas gratuitas aos amigos e doentes. Não podemos olhar o tempo só na ótica
da produção e do dinheiro. Viver o espírito de caridade feita de “atenção,
ternura, compaixão e generosidade para com o próximo”. A caridade é a essência
do ser e do agir cristão. Estamos no mundo para amar e servir a Deus nas pessoas.
Gestos de solidariedade enobrecem as famílias cristãs e incentivam os filhos.
Ter caridade e agir na linha misericórdia com os irmãos de caminhada (Bispos,
Padres, seminaristas, agentes Leigos, Pais de famílias). Sobretudo, quando
cometem deslizes. Lembremos que a misericórdia e a graça de Deus são maiores
que os erros humanos. Jesus chamou 12 apóstolos. Somente um (01) foi de
definitivamente infiel! Outros 11 morreram mártires pela causa do evangelho e
do reino de Deus! Vamos exaltar os que vivem com fidelidade, responsabilidade e
generosidade sua missão na Igreja e na família, dando exemplo de heroísmo na
cotidianidade da vida. Resgatar e cultivar a Religiosidade presente nas
famílias: Oratório(cantinho de Jesus na casa), devoções(festas de Nossa Senhora e
dos santos), Reza do Terço, bênção de casa, água benta etc.. Diálogo: É o
alimento do amor e da paz familiar. O “silêncio” familiar é causa de muitos
conflitos e até separações! É saber viver e conviver nas diferenças pessoais e
culturais de cada um. Buscar sempre a unidade na diversidade, aprendendo com
diferença do parceiro (a). Não se trata de tolerar. Mas de celebrar juntos a
riqueza da diversidade! Solidariedade com os recasados (2ª. Ou 3ª. União...):
Atitudes: Acolhimento, apoio e misericórdia.
3-
Textos bíblicos para aprofundamento: AT:
Ex 17, 8-15, Gn 18, 20-32, Ex 32, 30-35, IReis 19, 1-16. NT: Jo. 15,1-17, Mt
11, 15 s, Mt 06,9-13, Lc 11, 2-5, Lc 18, 1s, Tg 1, 5-8, Lc 18, 9-14, Jo 17, 1
s, 2 Cr 2, 5-8, Gal 5, 13-26, Ef 4, 1-7, Fl. 2, 3-18, Cl 3, 1-17, Rm 20, 28-39
(Bento XVI) “Acreditar na família é construir o futuro”(J.Paulo II) “O futuro
da humanidade passa pela família” (J.Paulo II) “Família, escola da fé e das
virtudes sociais”(D.A,114) “educai as crianças para não seja necessário punir
os adultos” Pe. Deusdédit Assessor eclesiástico da P. Familiar.
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