2º
Encontro – O tráfico e a escravidão humana “Portanto, já não és mais escravo,
mas filho: e, se és filho, és também herdeiro” (Gl 4,7)
1.
Objetivo do encontro
– Mostrar que todo tipo de escravidão destrói a liberdade desejada por Deus e
fere profundamente a dignidade do ser humano.
2.
Preparação do ambiente -
Colocar em uma mesa toalha branca, vela, cruz, Bíblia. Também objetos, fotos,
reportagens que retratem a escravidão.
Animador – Amados irmãos e irmãs! Que a graça de
Deus esteja com cada um de nós, que hoje nos reunimos para celebrar esse
segundo encontro da CF. O tema a ser refletido e rezado neste momento é “O tráfico
e a escravidão humana”. Que neste encontro possamos refletir sobre esse
assunto, rezar por essas pessoas que sofrem e, mais ainda, assumir uma postura
de cristãos que lutam pela dignidade e pela liberdade humana. Em pé, vamos
iniciar nosso encontro cantando.
Canto
inicial –
A – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Oração
(Todos) – Senhor Jesus, pedimos que envie sobre
nós o vosso Espírito de Sabedoria e Entendimento, de Piedade e de Fortaleza,
de Ciência e de Temor de Deus, para
que possamos, pelo dom do Conselho, ter um reto discernimento e
santas atitudes em determinadas
circunstâncias de nossa vida. Que vossa
presença no meio de nós aumente em nossa
comunidade o dom de servir e
amar-nos uns aos outros
respeitando as diferenças. Amém!
A – Na história do nosso país, há vários fatos que
confirmam a existência de escravos, a começar pelos povos indígenas, gente
nativa e moradores primeiros da terra, que foram submetidos à força na
colonização; em seguida, os negros traficados da África e trazidos para o
Brasil, submetidos a grilhões e a chibatadas caso não trabalhassem e
produzissem o tanto desejado pelos seus senhores.
L 1 -
No
início de junho de 2012, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) divulgou uma pesquisa em que propõe uma
estimativa global do número de pessoas atingidas pelo tráfico humano, conceito
que inclui o tráfico para trabalho
forçado e o tráfico para exploração sexual.
L 2 -
A OIT estima esse número em 20,9 milhões,
sendo 1,8 milhão nos países da América Latina e Caribe: uma prevalência de 3,1
por mil habitantes, acima da média global (Texto
base da CF 2014, n. 81).
L 3 -
Deus nos criou livres e senhores da criação (Gn 1,28b-30); criou-nos à sua imagem e
semelhança. Nas Sagradas Escrituras, não são poucos os relatos em que aparece a
realidade da escravidão, vejamos alguns:
L 1 -
No
relato da criação, encontramos a narrativa criadora de Deus. O ser
humano é a obra-prima de sua criação (Gn 1, 26-27). Sendo criado na liberdade,
Deus não admite que o homem e a mulher escravizem ou torturem seus iguais. Deus
criou o ser humano digno e livre, esperando dele uma resposta sincera e
verdadeira ao seu projeto amoroso para com toda a humanidade: a fraternidade e
a justiça no amor.
L 2 -
Acontece que o ser humano, corrompido pelo
pecado da desobediência, traz para si o mal (Gn
3,6-7; Sl 36, 1-4). Com o pecado, ele se distancia de Deus e de seu
projeto. A sua liberdade não mais será para Deus, mas sim para fazer de sua
vida o que lhe convém, mesmo que suas ações sejam contrárias aos desígnios de
Deus.
L 3 -
Assim, nos noticiários aparecem os tristes
relatos de pessoas que matam, escravizam, traficam adultos e crianças e
espancam aqueles a quem deveriam ter respeito e amizade, por pertencerem à
mesma linhagem, a linhagem de filhos e filhas de Deus.
T – É para a liberdade que Cristo nos
libertou.
3. Iluminação bíblica
Canto
de acolhida da Palavra de Deus
Leitura
da Palavra – Gl 4,4-7
L 1 -
Corrompida a raça humana pelo pecado, os seres
humanos começaram a dominar uns aos outros. A escravidão de Israel no Egito é
um exemplo clássico de uma soberania humana marcada pela ganância do lucro e
pelo luxo, colocando em situações miseráveis aqueles que estão a serviço do
faraó (Ex 1,11;13-14).
L 2 -
Hoje podemos perceber que essa realidade não
está distante de nós. Hoje, homens e mulheres, como “novos faraós”, capturam, massacram,
escravizam menores e adultos para a prostituição, trabalhos forçados e diversos
abusos à dignidade humana.
L 3 -
Contudo, Deus, por acreditar no ser humano,
age na história humana libertando das mãos do faraó aquele povo oprimido pelos
pesados fardos de trabalho, conduzindo-os a uma terra onde deveriam viver como
o povo da Aliança, isto é, no amor a Deus e ao próximo (Ex 3,7-8).
L 1 -
Mas o povo de Israel sempre se esquecia da
Aliança com Deus e da promessa de libertação e, por isso, voltavam seus
corações sempre a outros deuses, ao mal e ao poder. Para lembrá-los dessa
Aliança, Deus suscitou profetas, homens audazes e capazes de denunciar a
ganância e a dominação dos reis, dos ricos e dos chefes da sociedade de Israel.
O povo desunido por suas próprias injustiças caía sempre nas mãos dos
poderosos.
L 2 -
Jesus Cristo, vivendo uma época de tirania e
dominação romana (Lc 3,1), veio para
anunciar o Reino de Deus Pai, um Reino onde não há injustiça, dominação e
ganância. Veio para lembrar o ser humano do que ele é capaz, do porquê e para
quê foi criado, dando-lhes uma palavra de vida e de libertação.
L 3 -
Este período quaresmal que vivenciamos nos
convida a mantermos os olhos fixos em Jesus Cristo, que na cruz se faz
solidário aos que sofrem injustiças. O nosso caminhar quaresmal não pode ser
insensível a situações que atentam contra a dignidade humana com requintes de
crueldade, como o tráfico humano.
T – Que vossa Palavra libertadora
desate as correntes da ganância, da exploração e da opressão, restituindo a
todos a dignidade e liberdade de sermos filhos e filhas Vossos.
4. Pistas para a reflexão
a)
Como podemos agir profeticamente diante
desta realidade de exploração do outro, que chega mesmo à escravidão?
b)
Como entendemos a citação bíblica:
“Portanto, já não és mais escravo, mas filhos: e, se és filhos, és também
herdeiro” (Gl 4,7)?
(Tempo para a reflexão do
grupo. Logo a seguir, as preces)
A – Na certeza de que Deus nosso Pai nos ouvirá,
elevemos até Ele nossos pedidos de súplicas.
L 1 -
Que toda a Igreja, ministros ordenados e fiéis
leigos continuem, pelo anúncio da Palavra e pelo testemunho, a levar Jesus
Cristo libertador a todos os povos, rezemos.
T –
Senhor, ajude-nos a testemunhar sua
Palavra de libertação.
L 2 -
Que Deus ampare em seu coração de Pai todos
aqueles que sofrem violência física, moral e psíquica, e que nós, comprometidos
com o Evangelho de Cristo, possamos ser agentes de transformação, construindo
uma sociedade mais justa e fraterna, rezemos.
T –
Senhor, ajude-nos a testemunhar sua
Palavra de libertação.
L 3 -
Que nossos governantes sejam iluminados pelo
Espírito de Deus, a fim de que promovam leis a favor da justiça, da igualdade e
da solidariedade, rezemos.
T –
Senhor, ajude-nos a testemunhar sua
Palavra de libertação.
(Preces espontâneas)
T – Pai nosso e Ave
Maria.
A – Encerremos nosso segundo encontro rezando todos
juntos a oração da CF 2014.
A – Que o Senhor nos ajude a reconhecermo-nos uns aos
outros como membros da grande família de Deus, irmãos e irmãs em Cristo. Em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Canto
final: Hino da CF 2014.
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