sábado, 12 de julho de 2014

6º Encontro - FAMÍLIA, IGREJA DOMÉSTICA: LUGAR ESPECIAL DE ESPIRITUALIDADE CRISTÃ - HF 2014



Oração Inicial
Acolhida
AO lar cristão e o lugar onde os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. É por isso que a casa de família se chama, com razão, “Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e de caridade cristã (CIC 1666). Louvado seja, Senhor, pela família, Igreja Doméstica. Nela nós aprendemos as lições mais profundas do Evangelho.
CasalIniciemos este encontro com a intenção de promover e assumir em nossa família a missão de sermos no mundo verdadeira Igreja Doméstica, celebrando a alegria e a fé. Para isso, peçamos a ajuda de Nossa Senhora, nosso modelo de Igreja, rezando juntos uma Salve Rainha.
MEMÓRIA
Organizar ou desenhar em uma cartolina, ou outro material, uma casa, ir colocando detalhes na casa, como: porta, telhado, janelas e outros, fazendo uma relação com as características de uma igreja. E depois comentar e rezar com poderíamos fazer para transformar nossa casa em Igreja doméstica. Ex,: uma casa precisa de luz. Na Igreja a luz maior é o Evangelho – Senhor, seja para a nossa família a palavra que ilumina nossas relações.
Deus nos fala – Jo 2, 9-10
      Este provou a água transformada em vinho, sem sabe de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo
e disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.”
Refletir a Palavra
     O milagre da transformação da água em vinho na festa das bodas é o sinal da aliança matrimonial que fora usado já pelos profetas, para exprimir a aliança de Deus com o povo, Jesus, com o milagre do vinho novo na festa em Caná, quis revelar que Ele é o Esposo da Nova Aliança de Deus com a humanidade. Jesus insere o matrimônio dentro da Nova Aliança, selada pelo seu amor na hora da cruz. O amor dos esposos, no dia das núpcias, faz parte no mistério do amor de Jesus. O vinho novo, de qualidade e abundante, é expressão do amor novo que leva e eleva à perfeição ao amor humano dos esposos. O milagre da água transformada em vinho acontece, ainda hoje, de modo surpreendente: pela graça do Espírito Santo, Dom de amor comunicado pelo sacramento, aos esposos cristãos de modo novo, assumido e transfigurado pelo amor de Cristo. De fato, novas núpcias, porque o Esposo Divino está presente.
A Igreja nos ensina
AA família é chamada de “Igreja doméstica”. Deste consórcio procede a família, onde nascem os novos, cidadãos da sociedade humana que, pela graça do Espírito Santo, se tornam filhos de Deus no batismo, para que o Povo de Deus se perpetue no decurso dos tempos. (Lumen Gentium, 11)
Todos – Cantem para Ele um cântico novo, toquem com arte na hora da ovação!. (Sl (32,3)
Esposo – A encíclica Familiaris Consortio retorna esta expressão, “Igreja doméstica”, tão querida por João Paulo II, onde afirma que “a família constitui o lugar natural e o instrumento mais eficaz de humanização e de personalização da sociedade; ela colabora de maneira original e profunda na construção do mundo, tornando possível uma vida propriamente humana.” (FC, 43) A família fundada em Jesus Cristo, a pedra angular, é uma Igreja como uma casa, uma pequena Igreja, uma Igreja doméstica.
Todos – Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que Ele escolheu como herança. (Sl (32,12)
Esposa – A família, como Igreja doméstica, é um lugar privilegiado para viver o amor, como naquele casamento, em Caná da Galileia, onde Jesus restitui a alegria para aquele casamento. Isso serve para confiarmos na intervenção de Jesus, a pedido de Maria, em nossa família, principalmente, quando nossa família deixa de ser Igreja, um santuário da vida e das relações humanas e cristãs.
Todos – O rei não se salva pelo exército numeroso, o valente não se livra pela sua grande força. Para salvar, o cavalo é ilusão, seu vigor todo não ajuda a escapar. (Sl (32,16-17)
Esposos – A família, célula da sociedade, é, por desejo de Deus, chamada a ser uma célula eclesial, uma Igreja doméstica, uma Igreja Lar, uma casa que se torna uma pequena Igreja. É assim que a Igreja será uma grande família: se as famílias forem realmente Igrejas; Igrejas vivas, atuantes no amor comunhão, celebrando e cultivando a vida, acolhendo o mistério da Trindade-Comunidade, para irradiá-lo no testemunho da pessoa humilde e de coração generoso.
Todos – O Senhor cuida daqueles que o temem, daqueles que esperam por Teu amor, para livrar da morte a vida deles, e no tempo da fome fazê-los viver. (Sl (32,18-19)
Filhos – A espiritualidade cristã acontece no clima da família Igreja doméstica. As famílias alimentam e reencontram um modo de se vincularem a Deus. Na Igreja doméstica se reza, se ouve a Palavra, se fala do Evangelho, se vive até o fim o sinal da presença do Senhor no sacramento do matrimônio.
Todos – Quanto a nós, esperamos pelo Senhor. Ele é o nosso auxílio e o nosso escudo. (Sl (32,20)
Pais e filhos – A família, Igreja doméstica, tem uma liturgia doméstica, prestando culto a Deus em casa, pela Palavra; oferta as relações domésticas de amor e perdão; segue os passos do Mestre que ilumina os caminhos da vida do casal e dos filhos. É no viver cotidiano da Igreja doméstica que se desenvolve a espiritualidade cristã na família, no modo peculiar de se relacionar com Deus.
Todos – Nesse se alegra o nosso coração, no Teu Nome santo confiamos. Senhor, esteja sobre nós o teu amor, como está em ti a nossa esperança.  (Sl (32,21-22)
Avós e netos – É no dia a dia que a família, Igreja doméstica, se aprofunda no amor de Deus entre os seus membros, e procura pôr em prática o plano de amor que Deus lhe confiou. As ações corriqueiras de cada dia são manifestações da espiritualidade cristã na família, não apenas para aqueles momentos em que a família se une para rezar. Mas também nas coisas pequenas e simples que geram felicidade: um agrado, um sorriso, palavras de ânimo e reconhecimento, carinho, atenção, refeições tomadas juntas, companheirismo e amizade, gestos de perdão e reconciliação, entre outros.
Todos – A dignidade e a responsabilidade da família cristã, como Igreja doméstica, só podem, pois, ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração. (FC, 59)
Prática espiritual em casa – Santuário Doméstico
- Organizar em um lugar permanente da casa um santuário para a prática espiritual. Colocar uma mesinha, com toalha, velas e imagem da Sagrada Família e o santo de devoção de cada membro da Família. Diante desse Santuário doméstico, reunir a família e rezar um Pai Nosso por intenção de cada membro dessa família.
O MAGISTÉRIO NOS ORIENTA
     A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de família que, em todas as suas diversas fases, é interpretada como vocação de Deus e atuada como resposta filial ao seu apelo: alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimento e festas de anos, aniversários de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, entre outras, assinalam a intervenção do amor de Deus, na história da família, assim como devem marcar o momento favorável para a ação de graças, para a impetração, para o abandono confiante da família ao Pai comum, que está nos céus. A dignidade e a responsabilidade da família cristã como Igreja doméstica só podem pois ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração. (FC, 59)
SANTIDADE EM FAMÍLIA
Inguscio Marcello (1934-1996) e Anna Maria Ritter (1938-1986)
     Eram italianos. Ambos eram músicos, Marcello e Anna Maria se encontram pela primeira vez no Conservatório de Messina. Vieram a se encontrar, novamente, nos lugares pobres da Catania, cuidando dos necessitados. Eles percebiam que foram feitos um para o outro, rezavam juntos e realizavam trabalhos voluntários. Mas algo os divide: ele era católico e ela protestante. Entretanto isso não impediu que Anna pudesse iniciar sua vida na Igreja Católica, enamorando-se da Eucaristia. Eles casam-se em 06/08/1968. Na recepção do casamento estavam presentes, como convidados, trinta doentes pobres.
     Marcello circulava pela cidade montado numa motocicleta velha e tinha na cintura um molho de chaves das casas dos doentes a quem dava assistência. Muitos doentes e pobres ainda hoje, são gratos a Marcello e Anna Maria, que os ajudaram a ter confiança em si mesmos e por se sentirem amados e respeitados como seres humanos. A sala de estar da casa tornou-se imediatamente o lar de uma das principais comunidades eclesiais de base promovidas pela Igreja missão-mundo, cujo casal era o principal responsável.
     As duas filhas, lúcia e Maria, cresceram considerando normal a presença de doentes e pobres. Quando foram crescendo, as meninas começaram a perceber que a família delas tinha “algo de especial”, domo dizia Lúcia. A fé na família também foi forte quando tiveram que enfrentar a doença de Anna, um tumor que a levou a preparar-se para a “festa na outra vida”. Dez anos mais tarde Marcello morre de infarto. O processo de beatificação do casal foi aberto dia 09/11/2001 na Catedral da Catania/Itália.
PARTILHAR
Comentar Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias - Igrejas domésticas – são redutos de vida cristã num mundo incrédulo; são de importância primordial, porque são lares de fé, esperança e caridade, vivas e irradiantes, fortalecidas na espiritualidade cristã. A família cristã é o primeiro lugar da educação para a oração, é nela que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.
ORAÇÃO
    Senhor Jesus, a futura evangelização depende, em grande medida, da família Igreja doméstica. Mais ainda, a família é o coração da Nova Evangelização (Evangelium Vitae (EV, 92). Queremos que nossa família realize “sua missão de anunciar o Evangelho, principalmente por meio da educação dos filhos” (EV, 92), e para isso precisamos de Sua graça. Dai-nos a constância na vivências das virtudes domésticas para que a missão evangelizadora da família, enraizada no Batismo e portadora de uma nova forma com a graça sacramental do matrimônio, seja, de fato, construtora da civilização do amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário