quarta-feira, 9 de julho de 2014

5º Encontro - A RELIGIOSIDADE E A PIEDADE POPULARES NO EXERCÍCIO DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ - HF 2014



Oração Inicial
Acolhida
ABendito seja Deus por toda pessoa que hoje veio ao nosso encontro. Somos dons preciosos e queridos por Deus, por isso, cada um poderá falar o seu sobrenome e agradecer a Deus pelas gerações passadas (tios, avós, bisavós,...)
(Trazer objetos de piedade usados em família: terço, imagens, Bíblia e outros e colocar numa mesa preparada com toalha, flores e velas.)
MEMÓRIA
A – Contar como e com quem aprendeu a rezar e a relacionar-se com Deus. E qual prática de religiosidade e piedade existia em sua família de origem.
    Quem foi sua(seu) a(o) primeira(o) catequista? Padre?
Deus nos fala – Lc 2, 42-46
      Quando o menino completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procura-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas.
Refletir a Palavra
     A Sagrada Família participava de vários atos de piedade própria das famílias israelitas, como, apresentação no templo para a purificação, a circuncisão, procissão para Jerusalém e outras. O que fazia com que essas práticas piedosas fossem diferentes é que Jesus estava junto. Ele dava sentido em todo ato de piedade. Não tinham uma prática oca, vazia, supersticiosa, de medo, tradicionalista, mas uma piedade intrinsicamente inserida em Jesus e na missão evangelizadora. As práticas de piedade da Sagrada Família colaboravam para que eles pudessem celebrar mais e melhor o maior sinal sensível e eficaz do amor de Deus, o Menino Jesus.
     Refletindo esse trecho do Evangelho, somos convidados a não fazer práticas de piedade e religiosidade (sacramentais) por elas mesmas, como se fossem um “amuleto mágico”, mas como meio para nos aproximarmos mais de Jesus, que torna nossa família santa.
A Igreja nos ensina
AAinda que a liturgia seja o cume ao qual tende toda a atividade da Igreja e a fonte de onde emana toda a sua força e espiritualidade, em especial a Eucaristia, ela não ocupa toda a sua atividade nem a vida espiritual dos fiéis.
Viúva  A Igreja, além da participação na liturgia, encoraja e recomenda celebrações e certos exercícios da religiosidade e da piedade populares na prática da espiritualidade cristã na família.
Todos – Eu me prostro em direção ao Teu santuário, a agradeço ao Teu nome, por Teu amor e fidelidade, pois a Tua promessa supera a Tua fama. (Sl (137,2)
Viúvo – Muitas vezes, a mãe Igreja assume certas manifestações familiares que brotam da genuína experiência da fé e da religiosidade do povo cristão. Outras vezes, dá um sentido novo a algumas manifestações, purificando-as e resigficando-as.
Todos – Quando eu gritei, Tu me ouviste, e aumentaste a força em minha alma. (Sl (137,3)
Viúva – A experiência da Igreja, nesses mais de 2000 anos, comprova que a religiosidade e a piedade populares produzem abundantes frutos de vida cristã nas famílias a nos povos. Apoiada por esta experiência e à luz do Espírito Santo, a Igreja crê que estas manifestações de religiosidade e piedade podem continuar a prestar grandes serviços a uma fé verdadeiramente inculturada, segundo a diversidade dos povos e continentes.
Todos – Todos os reis da terra te agradeçam, Senhor, pois eles ouvem as promessa de tua boca! (Sl (137,4)
Viúvo – A religiosidade e a piedade populares têm múltiplas manifestações durante o Ano Litúrgico, pincipalmente como expressão da espiritualidade cristã na família especialmente durante a Quaresma, a Semana Santa e o Tríduo Pascal.
Todos – Cantem os caminhos do Senhor, porque a glória do Senhor é grande! (Sl (137,5)
Viúva – No Tempo Ordinário, há múltiplas manifestações com referência à Virgem Maria, aos fiéis defuntos e aos Santos. Fazem parte inseparável destas peregrinações, romarias aos santuários, visitas aos cemitérios, procissões e outras.
Todos – O Senhor é sublime, mas olha para o humilde, e conhece de longe o soberbo. (Sl (137,6)
Viúvo – A família cristã esteve sempre muito vinculada a essas manifestações de espiritualidade, especialmente às peregrinações e romarias aos santuários marianos, alguns dos quais são mundialmente famosos. Estes costumes se transmitiram dos pais aos filhos.
Todos – Quando eu caminho entre perigos, Tu me conservas a vida. (Sl (137,7a)
Solteiro – Ainda hoje, não são poucas as famílias cristãs que visitam com seus filhos o Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida e, ali, além de realizar suas devoções, renovam sua fé e esperança e participam dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia.
Todos – Estendes o Teu braço contra a ira do meu inimigo, e a Tua direita me salva. (Sl (137,7b)
Solteira – Ao lado dessas manifestações existem outras mais quotidianas, como a bênção da mesa às refeições, o santo rosário em família, a bênção das casas, chaves ou veículos, a petição de chuva ou proteção frente a calamidades públicas e outras.
Todos – O Senhor fará tudo por mim. Ó Senhor, o Teu amor é para sempre! (Sl (137,8a)
Solteiro – Já que a fé deu a alma a estes costumes e práticas religiosas, é conveniente que os pais continuem vivendo-as e transmitam aos filhos esse espírito singelo e correto em relação a Deus, nos acontecimentos extraordinários ou comuns da vida.
Todos – Não abandones a obra de Tuas mãos! (Sl (137,8b)
Solteira – Ademais, para a espiritualidade cristã na família, a força das práticas de religiosidade e piedade exerceram e exercem uma grande influência sobre a identidade dos povos e gerou a expressão pública de sua fé. Quando tais manifestações se traduzem em expressão social, convertem-se em testemunho da própria fé diante dos não crentes, e em estímulo para os fracos.
Prática espiritual em casa – Santo Terço em Família
(Rezar um terço em família.)
1) Iniciar a oração com o sinal da cruz com os dedos molhados de água benta (pedir ao Pároco) e depois reza-se o Creio (olhando para o crucifixo ou tendo-o nas mãos)
2) Antes de iniciar o mistério do terço cada membro da família apresenta uma intenção.
3) Podemos dividir o terço em que o pai e a mãe rezem o Pai Nosso e o Glória, e cada filho(a) uma Ave Maria.
4) A cada final de mistério rezar a jaculatória: Jesus, Maria e José, abençoai e protegei minha família, porque Vossa ela é.
5) Por fim, antes da Salve Rainha, cada um dos membros da família poderia falar de um título de Nossa Senhora (Santa Maria, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima...) e todos responderão: Rogai por nós.
O MAGISTÉRIO NOS ORIENTA
     É necessário desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao “encontro pessoal com Jesus Cristo”, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso apostólico, mediante um permanente serviço aos demais. As muitas manifestações da piedade popular católica precisam ser valorizadas e estimuladas e, onde for necessário, purificadas. Tais práticas têm grande significado para a preservação e a transmissão da fé e para iniciação à vida cristã. (DGAE, 86)
SANTIDADE EM FAMÍLIA
Francesco Bono (1948-1996) e Maria Rosária de Angelis (1955-2000)
     Os dois nasceram na Itália e conheceram-se no trabalho no hospital. Ele era médico e ela, estudante de medicina. O testemunho deles no hospital, com os mais pobres e sofredores, os caracterizava como profissionais que atuavam além da prática da medicina, principalmente pela dedicação humana e profissional para com os pacientes terminais, sustentando-os com a fé cristã inabalável que tinham.
     Ambos atuavam na Ação Católica diocesana e eram considerados, pelos que conviviam com eles, um casal com amor cristão maduro e solidário. E eles ainda colocavam-se disponíveis no acompanhamento a casais. De seu casamento nasceram cinco filhos. O casal Bono procurava, com a sua profissão, viver o Evangelho e “ver Jesus nos pequenos, pobres, doentes e migrantes”.
     Franco e Maria Rosária viviam num contexto de anarquia política e ambos estavam convencidos de que precisavam atuar para ocorrer mudanças ao sistema político. Com postura cidadã, procuravam conscientizar as pessoas da sua cidade, dos direitos e deveres. Nessa militância, Franco foi eleito para governar a cidade onde morava, mas depois de seis meses de luta pela “santificação da consciência” como única maneira de mudança política, social e econômica, foi deposto do poder pelos antigos políticos que governavam a cidade.
     Franco morre vítima de um acidente de automóvel, deixando seu testemunho vivo de fé, humildade e serviço. Maria Rosaria, membro do movimento focolares, enfrentou a provação da viuvez, com fé em Deus, amor para com os filhos, e reassume com coragem o compromisso como médica por mais quatro anos, até a descoberta de um tumor no pâncreas. Ela morreu em 15 de dezembro de 2000, depois de deixar uma profunda marca nas pessoas que ao conheciam como aquela que procurou “amar a Jesus abandonado, não em palavras, mas com a vida”. O bispo da localidade resumiu a aventura espiritual do casal como: “uma santidade comum que atrai”. Ambos estão em processo de beatificação.
PARTILHAR
     1. Quais as práticas de religiosidade e piedade populares na sua casa que colaboram com a prática de espiritualidade cristã em família?
     2. Partilhar uma experiência familiar no exercício da religiosidade e piedade populares na sua família.
ORAÇÃO
    Senhor Jesus, a religiosidade e piedade populares que aprendemos em nossas casas são sinais sagrados por meio dos quais prolongamos de algum modo a ação sacramental, trazendo pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, colocamo-nos à disposição para a recepção do principal efeito dos sacramentos e assim santificamos as várias circunstâncias da vida. Sagrada Família dai-nos a graça de uma família piedosa e fiel. Amém.

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