Oração Inicial –
Acolhida
A – Bendito seja Deus por toda pessoa que hoje veio ao
nosso encontro. Somos dons preciosos e queridos por Deus, por isso, cada um
poderá falar o seu sobrenome e agradecer a Deus pelas gerações passadas (tios,
avós, bisavós,...)
(Trazer objetos de piedade usados em família: terço, imagens,
Bíblia e outros e colocar numa mesa preparada com toalha, flores e velas.)
MEMÓRIA
A
– Contar como e com quem aprendeu a rezar e a relacionar-se com Deus. E qual
prática de religiosidade e piedade existia em sua família de origem.
Quem foi sua(seu) a(o) primeira(o)
catequista? Padre?
Deus nos fala –
Lc 2, 42-46
Quando o menino completou doze anos,
subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, voltaram,
mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando
que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram
a procura-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a
Jerusalém à procura dele. Três dias depois, encontraram o menino no Templo.
Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas.
Refletir a Palavra
A Sagrada Família participava de vários
atos de piedade própria das famílias israelitas, como, apresentação no templo
para a purificação, a circuncisão, procissão para Jerusalém e outras. O que
fazia com que essas práticas piedosas fossem diferentes é que Jesus estava
junto. Ele dava sentido em todo ato de piedade. Não tinham uma prática oca,
vazia, supersticiosa, de medo, tradicionalista, mas uma piedade intrinsicamente
inserida em Jesus e na missão evangelizadora. As práticas de piedade da Sagrada
Família colaboravam para que eles pudessem celebrar mais e melhor o maior sinal
sensível e eficaz do amor de Deus, o Menino Jesus.
Refletindo esse trecho do Evangelho, somos
convidados a não fazer práticas de piedade e religiosidade (sacramentais) por elas
mesmas, como se fossem um “amuleto mágico”, mas como meio para nos aproximarmos
mais de Jesus, que torna nossa família santa.
A Igreja nos
ensina
A – Ainda
que a liturgia seja o cume ao qual tende toda a atividade da Igreja e a fonte
de onde emana toda a sua força e espiritualidade, em especial a Eucaristia, ela
não ocupa toda a sua atividade nem a vida espiritual dos fiéis.
Viúva – A
Igreja, além da participação na liturgia, encoraja e recomenda celebrações e
certos exercícios da religiosidade e da piedade populares na prática da
espiritualidade cristã na família.
Todos
– Eu me prostro em direção ao Teu santuário, a agradeço ao Teu nome, por Teu
amor e fidelidade, pois a Tua promessa supera a Tua fama. (Sl (137,2)
Viúvo
– Muitas vezes, a mãe Igreja assume certas manifestações familiares que brotam
da genuína experiência da fé e da religiosidade do povo cristão. Outras vezes,
dá um sentido novo a algumas manifestações, purificando-as e resigficando-as.
Todos
– Quando eu gritei, Tu me ouviste, e aumentaste a força em minha alma. (Sl (137,3)
Viúva –
A experiência da Igreja, nesses mais de 2000 anos, comprova que a religiosidade
e a piedade populares produzem abundantes frutos de vida cristã nas famílias a
nos povos. Apoiada por esta experiência e à luz do Espírito Santo, a Igreja crê
que estas manifestações de religiosidade e piedade podem continuar a prestar
grandes serviços a uma fé verdadeiramente inculturada, segundo a diversidade
dos povos e continentes.
Todos
– Todos os reis da terra te agradeçam, Senhor, pois eles ouvem as promessa de
tua boca! (Sl (137,4)
Viúvo
– A religiosidade e a piedade populares têm múltiplas manifestações durante o
Ano Litúrgico, pincipalmente como expressão da espiritualidade cristã na
família especialmente durante a Quaresma, a Semana Santa e o Tríduo Pascal.
Todos
– Cantem os caminhos do Senhor, porque a glória do Senhor é grande! (Sl (137,5)
Viúva
– No Tempo Ordinário, há múltiplas manifestações com referência à Virgem Maria,
aos fiéis defuntos e aos Santos. Fazem parte inseparável destas peregrinações,
romarias aos santuários, visitas aos cemitérios, procissões e outras.
Todos
– O Senhor é sublime, mas olha para o humilde, e conhece de longe o soberbo. (Sl (137,6)
Viúvo
– A família cristã esteve sempre muito vinculada a essas manifestações de
espiritualidade, especialmente às peregrinações e romarias aos santuários
marianos, alguns dos quais são mundialmente famosos. Estes costumes se
transmitiram dos pais aos filhos.
Todos
– Quando eu caminho entre perigos, Tu me conservas a vida. (Sl (137,7a)
Solteiro
– Ainda hoje, não são poucas as famílias cristãs que visitam com seus filhos o
Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida e, ali, além de realizar suas
devoções, renovam sua fé e esperança e participam dos sacramentos da Penitência
e da Eucaristia.
Todos
– Estendes o Teu braço contra a ira do meu inimigo, e a Tua direita me salva. (Sl (137,7b)
Solteira
– Ao lado dessas manifestações existem outras mais quotidianas, como a bênção
da mesa às refeições, o santo rosário em família, a bênção das casas, chaves ou
veículos, a petição de chuva ou proteção frente a calamidades públicas e
outras.
Todos
– O Senhor fará tudo por mim. Ó Senhor, o Teu amor é para sempre! (Sl (137,8a)
Solteiro –
Já que a fé deu a alma a estes costumes e práticas religiosas, é conveniente que
os pais continuem vivendo-as e transmitam aos filhos esse espírito singelo e
correto em relação a Deus, nos acontecimentos extraordinários ou comuns da
vida.
Todos
– Não abandones a obra de Tuas mãos! (Sl (137,8b)
Solteira
– Ademais, para a espiritualidade cristã na família, a força das práticas de
religiosidade e piedade exerceram e exercem uma grande influência sobre a
identidade dos povos e gerou a expressão pública de sua fé. Quando tais
manifestações se traduzem em expressão social, convertem-se em testemunho da
própria fé diante dos não crentes, e em estímulo para os fracos.
Prática
espiritual em casa – Santo Terço em Família
(Rezar um terço em família.)
1) Iniciar a oração com
o sinal da cruz com os dedos molhados de água benta (pedir ao Pároco) e depois
reza-se o Creio (olhando para o crucifixo ou tendo-o nas mãos)
2) Antes de iniciar o
mistério do terço cada membro da família apresenta uma intenção.
3) Podemos dividir o
terço em que o pai e a mãe rezem o Pai Nosso e o Glória, e cada filho(a) uma
Ave Maria.
4) A cada final de
mistério rezar a jaculatória: Jesus, Maria e José, abençoai e protegei minha
família, porque Vossa ela é.
5) Por fim, antes da
Salve Rainha, cada um dos membros da família poderia falar de um título de
Nossa Senhora (Santa Maria, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de
Fátima...) e todos responderão: Rogai por nós.
O MAGISTÉRIO
NOS ORIENTA
– É necessário desenvolver, em nossas
comunidades, um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao “encontro
pessoal com Jesus Cristo”, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço
pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso
apostólico, mediante um permanente serviço aos demais. As muitas manifestações
da piedade popular católica precisam ser valorizadas e estimuladas e, onde for
necessário, purificadas. Tais práticas têm grande significado para a
preservação e a transmissão da fé e para iniciação à vida cristã. (DGAE, 86)
SANTIDADE EM
FAMÍLIA
Francesco Bono (1948-1996)
e Maria Rosária de Angelis (1955-2000)
Os dois nasceram na Itália e conheceram-se
no trabalho no hospital. Ele era médico e ela, estudante de medicina. O
testemunho deles no hospital, com os mais pobres e sofredores, os caracterizava
como profissionais que atuavam além da prática da medicina, principalmente pela
dedicação humana e profissional para com os pacientes terminais, sustentando-os
com a fé cristã inabalável que tinham.
Ambos atuavam na Ação Católica diocesana e
eram considerados, pelos que conviviam com eles, um casal com amor cristão
maduro e solidário. E eles ainda colocavam-se disponíveis no acompanhamento a
casais. De seu casamento nasceram cinco filhos. O casal Bono procurava, com a
sua profissão, viver o Evangelho e “ver Jesus nos pequenos, pobres, doentes e
migrantes”.
Franco
e Maria Rosária viviam num contexto de anarquia política e ambos estavam
convencidos de que precisavam atuar para ocorrer mudanças ao sistema político.
Com postura cidadã, procuravam conscientizar as pessoas da sua cidade, dos
direitos e deveres. Nessa militância, Franco foi eleito para governar a cidade
onde morava, mas depois de seis meses de luta pela “santificação da
consciência” como única maneira de mudança política, social e econômica, foi
deposto do poder pelos antigos políticos que governavam a cidade.
Franco morre vítima de um acidente de
automóvel, deixando seu testemunho vivo de fé, humildade e serviço. Maria
Rosaria, membro do movimento focolares, enfrentou a provação da viuvez, com fé
em Deus, amor para com os filhos, e reassume com coragem o compromisso como
médica por mais quatro anos, até a descoberta de um tumor no pâncreas. Ela
morreu em 15 de dezembro de 2000, depois de deixar uma profunda marca nas
pessoas que ao conheciam como aquela que procurou “amar a Jesus abandonado, não
em palavras, mas com a vida”. O bispo da localidade resumiu a aventura
espiritual do casal como: “uma santidade comum que atrai”. Ambos estão em
processo de beatificação.
PARTILHAR
1. Quais as práticas de
religiosidade e piedade populares na sua casa que colaboram com a prática de
espiritualidade cristã em família?
2. Partilhar
uma experiência familiar no exercício da religiosidade e piedade populares na
sua família.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, a religiosidade e piedade
populares que aprendemos em nossas casas são sinais sagrados por meio dos quais
prolongamos de algum modo a ação sacramental, trazendo pela oração da Igreja,
efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, colocamo-nos à
disposição para a recepção do principal efeito dos sacramentos e assim
santificamos as várias circunstâncias da vida. Sagrada Família dai-nos a graça
de uma família piedosa e fiel. Amém.
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